Neilson Régis. Tecnologia do Blogger.

"O vazio absoluto existe em alguma parte no espaço universal?
Não, nada é vazio. O que imaginais como vazio é ocupado por uma matéria que escapa aos vossos sentidos e aos vossos instrumentos."

(Questão 36 do Livro dos Espíritos)

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um Presente de Natal

Um Presente de Natal
Invista 34` e 20`` de seu tempo e assista esta entrevista.

Biografia

Robert Happé nasceu em Amsterdã, Holanda. Estudou religiões e filosofias na Europa e dedicou-se desde então a descobrir o significado da vida. Estudou também Vedanta, Budismo e Taoísmo no Oriente durante 14 anos, tendo vivido e trabalhado com nativos de diferentes culturas de cada região onde esteve - Índia, Tibet, Camboja e Taiwan.

Em seu retorno à Europa, sentiu necessidade de compartilhar o conhecimento adquirido e suas experiências de consciência. A partir daí, trabalhou em várias universidades, e tem trabalhado continuamente com grupos de pessoas interessadas em autoconhecimento e desenvolvimento de seus próprios potenciais como seres criadores.

Desde 1987 vem compartilhando informações em forma de seminários e workshops em países da Europa, na África do Sul, nos EUA, na Austrália, e no Brasil.

Seu trabalho é independente, estando desvinculado, sob todo e qualquer aspecto, de organizações religiosas, seitas, cultos e outros grupos.


Assista a uma Video Entrevista com Robert, com legendas em português.
Leia uma Entrevista publicada na revista O Ponto

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sábado, 23 de outubro de 2010

Blog Fluidocosmico


Amigos, graças a vocês, o Blog Fluidocosmico está entre os 100 mais votados e foi para o segundo turno da votação do Top Blog 2010, na categoria Religião (não tem categoria “espiritismo”).

A votação é feita da seguinte maneira: você clica na imagem do TOP BLOG, entra com seu nome e email e vota. Em seguida, receberá um email pedindo a confirmação do voto e só assim ele confirmará.

Para votar clique aqui

Desde já agradeço a todos,

Um abraço e muito Paz.

Neilson Régis.

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sábado, 2 de outubro de 2010

22ª Semana Espírita de Mossoró

TEMA CENTRAL: O Amor Como Solução


Data: 25 a 30/out
Local: Hotel Villa Oeste
Hora: 19h 30min - recepção
ENTRADA GRÁTIS



Palestras:
25/out - Chico Xavier: Um Homem Chamado Amor - Mayse Braga (DF)
26/out - Desafios da Família Moderna - Mayse Braga (DF)
27/out - Educação dos Sentimentos - André Vasconcelos (PE)
28/out - Jesus: Modelo e Guia - André Vasconcelos (PE)
29/out - A grande transição - - Orson Peter Carrara (SP)
30/out - O amor Como Solução - Orson Peter Carrara (SP)
30/out - Das 14h 30min às 17h 30min -Seminário: Por que adoecemos?
Facilitador: Orson Peter Carrara
Simultaneamente as palestras públicas é realizada a Semaninha Espírita.

Francinaldo Rafael

FERN/CFE/CREOSTE
Sub-coordenação de Comunicação Social

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mas um excelente artigo de Jorge Hessen.
Boa leitura.

Por:
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


A Doutrina Espírita preceitua que existem dois elementos gerais no Universo: “matéria e Espírito e, acima de tudo Deus.” (1) Emmanuel elucida que “pela vontade divina, condensou-se a matéria cósmica no Universo sem fim. A matéria produziu a força, a força gerou o movimento, o movimento fez surgir o equilíbrio da atração e a atração se transformou em amor.”(2) Desta maneira, identificam-se todas as dimensões da vida em face da lei de unidade estabelecida pelo Criador. Considerando-se que na Terra “todos os movimentos de evolução material e espiritual se processaram, como até hoje se processam, sob o patrocínio de Jesus.”(3)
A fonte de energia para todos os núcleos da vida planetária é o Sol , isso é fato! e “todos os seres recebem a renovação constante de suas radiações através da chuva incessante dos átomos solares.”(4) Destarte, “as primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos do Cristo, quando nas manifestações iniciais da vida sobre a Terra”(5) e nos “primórdios da organização planetária, encontraram, no protoplasma(6) o ponto de início para a sua atividade realizadora, tomando-o como base essencial de todas as células vivas do organismo terrestre.”(7)
Alguns concebem que no seres inorgânicos tudo é “cego”, passivo, fatal; jamais se verifica “evolução”; não há mais que mudanças de estados na natureza intrínseca da substância. Argumentam que os minerais não têm forma própria, ao passo que os “seres vivos” possuem forma específica. Os seres brutos apresentam composição química simples, ao passo que a “substância viva” é complexa. Os minerais não apresentam um ciclo vital (não nascem e nem morrem) - sua duração é ilimitada. Mas, acredito que nas atrações moleculares, ainda que não identifiquemos manifestações de espiritualidade, como princípio de inteligência, estou convencido de que “os fenômenos rudimentares da vida em suas demonstrações de energia potencial estão presentes em face da evolução da matéria em seus infinitos aspectos dimensionais.
Desse modo, a matéria “bruta” não é estanque e evolui. Albert Einstein, a partir da Teoria da Relatividade afirmou que matéria e energia são as duas faces de uma mesma moeda. A matéria é energia condensada e a energia uma forma de apresentação da matéria. Endossando essa tese o Espírito Emmanuel, considerando o processo radioativo identifica a “evolução” da matéria, pois “é nesse contínuo desgaste que se observam os processos de transformação das individualizações químicas, convertidas em energia, movimento, eletricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.”(8) A rigor, as individualizações químicas possuem a sua rota para obtenção das primeiras expressões anímicas. Lembrando que na constituição das vidas no reino vegetal e animal, encontramos os elementos minerais.
Há obviamente algumas controvérsias teóricas a respeito de quando o Princípio Inteligente se individualizaria; se tal ocorreria já a partir do reino mineral, ou somente a partir do reino vegetal. Uns defendem a primeira hipótese, outros sustentam a segunda tese. Junto-me à primeira corrente, respaldado em Kardec que explana: “se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.”(9)
Sobre a questão da individualização, essa situação não se confunde com a criação “individual” do Princípio Inteligente, apenas diz respeito ao seu estado de particularização. O termo empregado na Codificação, significa aquilo que o Ser (princípio) agregou de experiências para que ele pudesse literalmente ser identificado , quanto a outros seres da criação , como um indivíduo. Porém, quanto à “consciência do eu” (que é um estágio avançado, mais elaborado e aperfeiçoado da individualização), somente se dá no estágio do “reino hominal”, pois que anteriormente a inteligência permanecia em estado latente, nos reinos imediatamente anteriores. À propósito sobre isso, Kardec aduz que “a alma dos animais(...)conserva sua individualidade; quanto à consciência do eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente”.(10)
No universo da vida organizada (ser orgânico) sabe-se haver um princípio especial, ainda inapreensível e que ainda não é bem definido pelos estudiosos: o Princípio Vital. Presente no ser vivente, inexiste nos minerais.“É um estado especial, uma das modificações do Fluido Cósmico Universal, pela qual este se torna princípio de vida.”(11) O Princípio Vital é um só para todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies. É força motriz da estrutura orgânica e “ao mesmo tempo em que o agente vital estimula os órgãos, a ação deles [dos órgãos] mantém e desenvolve a atividade do agente vital, quase do mesmo modo como o atrito produz o calor".(12) É importante considerar que, apesar de ser matéria diferenciada, distinta dos níveis, digamos, materiais, tal origem não invalida a matriz celular do fluido vital, principalmente por seu papel diferenciado e intermediário.

O princípio vital forma um terceiro elemento constituinte do universo?

Como dissemos Espírito e matéria são dois elementos constituintes do Universo. O Princípio Vital formaria um terceiro? Não! Pois trata-se de um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas ele mesmo tem sua fonte na matéria primordial modificada. “É um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio que, entretanto, não são elementos primitivos, embora tudo isso proceda de um mesmo princípio.”(13) Será que realmente a vitalidade é um atributo permanente do agente vital ou apenas se desenvolve pelo funcionamento dos órgãos? À rigor, esse agente sem a matéria não é a vida, “é preciso a união das duas coisas para produzir a vida. Infere-se disso que a “vitalidade está em estado latente, quando o agente vital não está unido ao organismo.”(14)
Para haver vida orgânica é preciso existir o protoplasma, componente das células, formado principalmente por proteínas. Na Terra, só pôde surgir a vida orgânica no momento em que, na atmosfera, por meio das descargas elétricas, uniram-se metano, amônia, água e hidrogênio, formando-se os primeiros aminoácidos.(15) Estes se combinaram, formando proteínas, as quais se aglomeraram nos coacervados(16) e destes originaram as células. Todas as células têm cromossomos e ADN, que não existem nos minerais, o fluido universal, combinado com a ação do elemento inteligente, é responsável pela coesão e as qualidades gravitacionais da matéria. Lembando aqui que a inteligência é um atributo essencial do espírito”(17) que por sua vez é o elemento inteligente do universo, individualizado, com moralidade própria. Embora reconheço que “a natureza íntima do elemento inteligente, fonte do pensamento, escape completamente às [atuais] investigações.” (18)

A mônada

Há os que dedicam ao estudo da mônada,(19) Para os quais, vertida do plano espiritual sobre o plano físico, a mônada atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.”(20)
O ponto principal do pensamento de Leibniz é a teoria das mônadas. É um conceito neoplatônico, que foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. As mônadas (unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio. Leibniz chama de enteléquia e mônada a substância tomada como coisa em si, tendo em si sua determinação e finalidade. Para Leibniz, a mônada significa substância simples, ativa, indivisível, de que todos os entes são formados. Segundo o filósofo, todos os seres são constituídos por substâncias simples entre as quais reina uma harmonia preestabelecida.
O Espírito André Luiz explica melhor dizendo que a mônada é “o Princípio Inteligente em suas primeiras manifestações”, isto é, na primeira fase de evolução do ser vivo “germes sagrados dos primeiros homens.”(21) Trabalhadas, “no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma.”(22)



Princípio inteligente e evolução

Em face da escala evolutiva da inteligência, Leon Denis afirma que: “na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.” (24) Por outro lado, a Doutrina Espírita explica que as diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras, mediante progressão. Nesse tópico nem todos pensam a mesma coisa a respeito das relações que existem entre o homem e os animais. Segundo alguns, o Espírito só alcança o período de humanidade após ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da Criação; segundo outros, o Espírito do homem teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela experiência animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar um objetivo ao futuro dos animais, que formariam assim os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo está mais de acordo com a dignidade do homem.(25)
“Assim, o espírito da ostra não se torna sucessivamente o do peixe, do pássaro, do quadrúpede e do quadrúmano.”(26) Cada espécie constitui, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um de cujos indivíduos haure na fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário, de acordo com a perfeição de seus órgãos e com o trabalho que tenha de executar nos fenômenos da Natureza, quantidade que ele, por sua morte, restitui ao reservatório donde a tirou.
O Princípio Inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra “milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.”(27) Emanam do mesmo Princípio Inteligente a alma dos animais e do homem, com a diferença que a do homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal, elaboração esta feita numa série de existências que precedem o período de Humanidade.(28)
“Uma tese que os Espíritos rejeitam de maneira mais absoluta é a da transmigração da alma do homem para os animais e vice-versa.”(29) Entre os Espíritos há divergência quanto às origens da alma do homem e dos animais, acreditando alguns que o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal. Segundo esta linha de pensamento, cada espécie constituiria, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um haurindo da fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário.(30)
Porém, identificamos alguns pontos doutrinários apontando para a tese da elaboração progressiva do Princípio Inteligente à partir do reino mineral, passando pelo reino vegetal, animal, até finalmente individualizar-se como Espírito, quando passa a encarnar somente no reino hominal, continuando sua ascensão na escala do progresso intelectual e moral, através de encarnações sucessivas, com a finalidade de atingir o máximo grau de perfeição relativa (somente Deus detém a perfeição absoluta).
Entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento, há uma que é dotada de um senso moral especial que lhe dá uma incontestável superioridade sobre as outras: é a espécie humana. Aí o fluido vital funciona como um sistema energético que age como um intermediário entre o perispírito e o corpo físico durante a reencarnação, e é o que dá vitalidade à matéria.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior. “Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do Princípio Vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.”(31)

Conclusão
O Princípio Espiritual estagiou por todos os reinos desde a sua criação, tanto que é um dos elementos fundamentais e constitutivos dela; porém, se individualizou após o conhecimento das leis da mesma criação, de como elas atuam, inclusive as de atração, coesão e outras que vigoram nos primários reinos, incluindo o mineral.
Em tese não há que se falar qual dos dois (Princípio Inteligente ou Princípio Material) foi criado primeiro. Filosoficamente falando, para alguns, “se o Princípio Inteligente foi criado perfectível, e, para isso, tem de atuar na Matéria, deduz-se que ele foi criado como uma individualidade para atuar (imediatamente) no primeiro reino da natureza [matéria por excelência], e, a partir dali, ganhar experiências que o tornariam identificável no futuro.”(32)
O progresso é a lei da natureza. A essa lei todos os seres da criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. Segundo Allan Kardec “tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto”.(33)
Constata-se assim a aceitação geral – “tanto por autores encarnados como também pelos Espíritos de escol que nos transmitem seus ensinamentos por via mediúnica - da teoria da dualidade: Elemento Espiritual/Elemento material criados simultaneamente por Deus, sendo que o Elemento Espiritual, desde suas primeiras manifestações, acumula sempre as experiências adquiridas em seu trajeto até o estado de Espírito, sem jamais retrogradar, enquanto que a matéria - criada para a manifestação do Elemento Espiritual que a dirige - pela sua própria natureza está sujeita às transformações, que incluem, nos três reinos, o nascimento, crescimento, decrepitude e morte com a conseqüente destruição (assim entendida como retorno aos elementos constitutivos), para formar novas formas manifestadas pelo Espírito em sua trajetória rumo à Perfeição.”(34)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Fontes:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 27
(2) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 21
(3) Idem questão 265
(4) Idem questão 10
(5) Idem questão 12
(6) Toda a substância ou mistura de substâncias em que se manifesta a vida nas suas características de metabolismo, reprodução e irritabilidade
(7) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 6
(8) Idem questão 9
(9) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Introdução, item XVII
(10) idem questão607
(11) Idem questão 598
(12) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(13) Idem
(14) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 64
(15) aminoácido é uma molécula orgânica formada por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, e nitrogênio unidos entre sí de maneira característica. Alguns aminoácidos também podem conter enxofre.
(16) Coacervado é um aglomerado de moléculas protéicas envolvidas por moléculas de água, em sua forma mais complexa. Essas moléculas foram envolvidas pela água devido ao potencial de ionização presente em alguma de suas partes. Acredita-se, portanto, que a origem dos coarcevados (e consequentemente da vida) tenha se dado no mar.
(17) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 24
(18) Allan Kardec, Revista Espírita, ano: 1866 páginas 78 e 79. Editora EDICEL
(19) ser formado pela união do princípio inteligente e seu corpo mental, imperecíveis, integrantes e inseparáveis um do outro, qualquer que seja o mundo em que viva e o grau evolutivo em que se encontre
(20) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977
(21) Idem
(22) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 20
(23) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(24) DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor, Rio de Janeiro: 21ª ed. Ed. FEB, , 1999 às pág. 122/123
(25) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 613
(26) Idem questão 613
(27) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977.
(28) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questões 606/607
(29) Idem questão 613, Comentários
(30) Idem questão 222
(31) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(32) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Cap. III, item 19, Progressão dos Mundos, Santo Agostinho-Espírito - 1864
(33) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Nota de Kardec à questão 540, e RE, 1860, julho, pg. 226, p. 2º, item 8.
(34) Cf. Joel Matias , artigo “Considerações a Respeito do Princípio Material e Princípio Inteligente” Publicado no Boletim GEAE Número 440 de 02 de julho de 2002

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Criação do espírito


Por Claudio C. Conti

Em vários pontos dos ensinamentos contidos na Doutrina Espírita, os Espíritos Superiores, responsáveis pelo trabalho da codificação realizada pela pessoa de Allan Kardec, se referem a nossa capacidade de compreensão sobre alguns assuntos com frases do tipo: “porque não falais senão do que conheceis” (O Livro dos Espíritos questão 22), “falta-lhe para isso o sentido” (O Livro dos Espíritos questão 10), “ser incompleta a vossa linguagem” (O Livro dos Espíritos questão 28), etc; significando que muitos conhecimentos ainda estão longe da nossa capacidade de compreensão.

Entre muitos exemplos que se poderia citar sobre a nossa incapacidade de compreensão, devido a nossa situação evolutiva, seria a compreensão da natureza de Deus. A simples tentativa de compreender um ser que seja perfeito, em todas as qualidades possíveis e imagináveis, considerando que ainda não temos a compreensão de qualidades outras, diversas das poucas que conhecemos, já seria um exercício mental estafante, além de nossos limites. No entanto, Kardec, no livro A Gênese, capítulo II item 8, diz que: “Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-Lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser. “Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de as orientar, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.”

Este texto não tem a pretensão de esclarecer ou desvendar os ainda mistérios envolvendo a criação dos espíritos, relativa ao nosso estágio inicial no longo processo do caminho à perfeição, mas, apenas expor algumas considerações, tentando, assim, dar alguma forma ao assunto.

Na questão 81 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se os Espíritos são formados espontaneamente ou procedem uns dos outros, e obtém como resposta o seguinte: “Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela Sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério.”

Esta questão foi selecionada por dois motivos. O primeiro é para assegurar ao leitor que temos consciência de que os Espíritos deixam claro que a origem do espírito é um mistério; o segundo motivo é para salientar que, apesar de tudo, podemos ainda formar uma idéia da origem dos espíritos, por mais geral que seja, sabemos que somos criação de Deus. Fica claro que o espírito não surge do nada, não surge espontaneamente, a origem do espírito está atrelada à vontade de alguém ou alguma coisa, isto é, de Deus.

Como o ponto de partida para qualquer estudo relativo ao Espiritismo, recorrendo ao O Livro dos Espíritos, veremos várias citações a respeito da natureza do espírito. Na questão 23 a, Kardec pergunta qual seria a natureza íntima do Espírito, ao que os Espíritos respondem: “Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”

Nesta questão, os Espíritos responsáveis pela codificação deixam claro que os espíritos são formados por alguma “coisa”, possuem uma constituição sem, todavia, esclarecer sobre a natureza desta “coisa”. Contudo, graças à mente perspicaz de Kardec, durante todo o seu trabalho na Doutrina, manteve-se sempre atento a possíveis lacunas nos ensinamentos. Uma doutrina, seja ela sobre que assunto for, quando é passível de dúvidas e colocações em aberto, não poderia ser considerada como sendo completa e, com isso, daria margens a especulações de toda natureza permitindo, a qualquer um, utilizando má fé, usa-la em seu próprio benefício através de interpretações pessoais.

Encontraremos maiores esclarecimentos na questão 27: Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito? “Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

Desta questão é possível tirar algumas informações passíveis de análise. Tentaremos analisa-las da melhor forma que nossa capacidade nos permite.

Primeiramente, como os próprios Espíritos colocam, o fluido cósmico até pode ser considerado como matéria, todavia, é preciso ter em mente que este apresenta características outras que não estão presentes na matéria. É preciso deixar claro que por “matéria” não está apenas sendo considerado a matéria densa que conhecemos mas, também, estados variados do fluido cósmico, com diferentes densidades, apenas excluindo o fluido cósmico na sua forma mais pura, primordial.

Outra afirmação muito interessante e que merece toda a atenção é que “se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse”. O que isto poderia significar? Pode-se chegar a duas conclusões: a) que o espírito é formado por fluido cósmico; b) que o espírito é formado por “algo” similar ao fluido cósmico. Como a existência de duas substâncias, vamos denominar de “substâncias” apenas pela limitação do vocabulário, em nossa visão ainda muito estreita, seria desnecessário e, mesmo que existissem, no nosso ponto de vista, até onde nossa mente pode alcançar, seriam equivalentes e se justaporiam, podemos, assim, considerar apenas uma substância – o fluido cósmico.

Há duas formas de encarar o que foi visto:

1- Se considerarmos o fluido cósmico como matéria, então, o espírito também seria matéria;

2- Se considerarmos o fluido cósmico como não sendo matéria, então, o espírito seria imaterial.

Dois pensamentos muito comuns no meio Espírita é considerar o fluido cósmico como sendo matéria e considerar o espírito como sendo imaterial. Apesar dos Espíritos deixarem bem claro, na questão 82, que “Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”

Diante do que foi exposto, de acordo com as questões 27 e 82, vemos que uma consideração errônea sobre a natureza tanto do fluido cósmico quanto do espírito, gera uma discordância e, com isso, promove uma dificuldade de entendimento destas questões.

No livro Evolução em Dois Mundos, pg. 21, André Luis apresenta uma definição para o fluido cósmico que torna um pouco mais claro a sua natureza diferente de matéria. Diz que “o fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio.”

Nesta definição, o fluido cósmico é apresentado como algo muito próximo da divindade, estando de alguma forma tão próximo que como que faz parte (quando se refere como “força nervosa”). Nesta condição, podemos entender quando o próprio André Luis, no livro Mecanismos da Mediunidade, pg. 43, diz que “Identificando o Fluido Elementar ou Hálito Divino por base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis do Cosmo...” e, na pág. 44, quando diz que “Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura...”.

Novamente no livro Evolução em Dois Mundos, pg. 21, André Luis diz que “o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade” referindo-se ao trabalho dos Espíritos superiores, como ele mesmo se refere, “Inteligências Divinas a Ele agregadas”, enfatizando serem Espíritos em tamanho grau de evolução que se encontram em íntima comunhão com o Pai. Estes Espíritos trabalham na construção e manutenção dos corpos celestes do Universo.

Esta construção, como o próprio André Luis se refere, é realizada através da ação dos corpúsculos sob irradiação da mente, ondas eletromagnéticas, agindo nos fluidos de forma a aumentar sua densidade, transformando na matéria por nós conhecida.

Estas massas de matéria, com o tempo, sob a pressão constante a que estão submetidas para se manterem aglutinadas, sofrem, o que, em nossos termos, para os fenômenos conhecidos com a matéria na Terra, chamamos de corrosão por fadiga. Corrosão ocorrida pelo esforço contínuo que certo material estaria sujeito quando se aplica uma tensão constante, este material, com o tempo, sofreria um enfraquecimento de sua estrutura atômica, quando estaria sujeito a partir sob o mínimo esforço.

Os corpos estrelares, da mesma forma, “sofrem o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes do Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.” (Evolução em Dois Mundos, pg. 23).

Poder-se-ia dizer, com base em tudo o que foi apresentado que, o Espírito criado é capaz, com o poder mental, apenas de criações temporárias, utilizando o fluido em seus diversos graus de densidade, criações estas cujas dimensões e duração dependerá exclusivamente do seu nível evolutivo, mas Deus, sendo “a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” (O Livro dos Espíritos, questão 1), é capaz de criar em toda a pujança, obras que transcendem ao tempo, das características materiais do fluido cósmico, é criado o princípio material e das características outras, é criado o princípio inteligente.

Deus, pela sua vontade, é capaz de criar em toda a pujança, obras que transcendem ao tempo, criar Espíritos imortais, seus filhos, obviamente que, a forma como os cria, ainda permanece um mistério...

Referências:

1 - Kardec Allan; “O Livro dos Espíritos”; 76ª edição, FEB, 1995.

2 - Kardec Allan; “A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”; 36ª edição, FEB, 1995.

3 - André Luis; “Evolução em Dois Mundos” (Psicografia de F. C. Xavier.); 15ª edição, FEB, 1997.

4 - André Luis; “Mecanismos da Mediunidade” (Psicografia de F. C. Xavier.); 15ª edição, FEB, 1997.


Fonte:

Revista Internacional de Espiritismo – fevereiro de 2002





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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um Presente de Natal

Um Presente de Natal
Invista 34` e 20`` de seu tempo e assista esta entrevista.

Biografia

Robert Happé nasceu em Amsterdã, Holanda. Estudou religiões e filosofias na Europa e dedicou-se desde então a descobrir o significado da vida. Estudou também Vedanta, Budismo e Taoísmo no Oriente durante 14 anos, tendo vivido e trabalhado com nativos de diferentes culturas de cada região onde esteve - Índia, Tibet, Camboja e Taiwan.

Em seu retorno à Europa, sentiu necessidade de compartilhar o conhecimento adquirido e suas experiências de consciência. A partir daí, trabalhou em várias universidades, e tem trabalhado continuamente com grupos de pessoas interessadas em autoconhecimento e desenvolvimento de seus próprios potenciais como seres criadores.

Desde 1987 vem compartilhando informações em forma de seminários e workshops em países da Europa, na África do Sul, nos EUA, na Austrália, e no Brasil.

Seu trabalho é independente, estando desvinculado, sob todo e qualquer aspecto, de organizações religiosas, seitas, cultos e outros grupos.


Assista a uma Video Entrevista com Robert, com legendas em português.
Leia uma Entrevista publicada na revista O Ponto

sábado, 23 de outubro de 2010

Blog Fluidocosmico


Amigos, graças a vocês, o Blog Fluidocosmico está entre os 100 mais votados e foi para o segundo turno da votação do Top Blog 2010, na categoria Religião (não tem categoria “espiritismo”).

A votação é feita da seguinte maneira: você clica na imagem do TOP BLOG, entra com seu nome e email e vota. Em seguida, receberá um email pedindo a confirmação do voto e só assim ele confirmará.

Para votar clique aqui

Desde já agradeço a todos,

Um abraço e muito Paz.

Neilson Régis.

sábado, 2 de outubro de 2010

22ª Semana Espírita de Mossoró

TEMA CENTRAL: O Amor Como Solução


Data: 25 a 30/out
Local: Hotel Villa Oeste
Hora: 19h 30min - recepção
ENTRADA GRÁTIS



Palestras:
25/out - Chico Xavier: Um Homem Chamado Amor - Mayse Braga (DF)
26/out - Desafios da Família Moderna - Mayse Braga (DF)
27/out - Educação dos Sentimentos - André Vasconcelos (PE)
28/out - Jesus: Modelo e Guia - André Vasconcelos (PE)
29/out - A grande transição - - Orson Peter Carrara (SP)
30/out - O amor Como Solução - Orson Peter Carrara (SP)
30/out - Das 14h 30min às 17h 30min -Seminário: Por que adoecemos?
Facilitador: Orson Peter Carrara
Simultaneamente as palestras públicas é realizada a Semaninha Espírita.

Francinaldo Rafael

FERN/CFE/CREOSTE
Sub-coordenação de Comunicação Social

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mas um excelente artigo de Jorge Hessen.
Boa leitura.

Por:
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


A Doutrina Espírita preceitua que existem dois elementos gerais no Universo: “matéria e Espírito e, acima de tudo Deus.” (1) Emmanuel elucida que “pela vontade divina, condensou-se a matéria cósmica no Universo sem fim. A matéria produziu a força, a força gerou o movimento, o movimento fez surgir o equilíbrio da atração e a atração se transformou em amor.”(2) Desta maneira, identificam-se todas as dimensões da vida em face da lei de unidade estabelecida pelo Criador. Considerando-se que na Terra “todos os movimentos de evolução material e espiritual se processaram, como até hoje se processam, sob o patrocínio de Jesus.”(3)
A fonte de energia para todos os núcleos da vida planetária é o Sol , isso é fato! e “todos os seres recebem a renovação constante de suas radiações através da chuva incessante dos átomos solares.”(4) Destarte, “as primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos do Cristo, quando nas manifestações iniciais da vida sobre a Terra”(5) e nos “primórdios da organização planetária, encontraram, no protoplasma(6) o ponto de início para a sua atividade realizadora, tomando-o como base essencial de todas as células vivas do organismo terrestre.”(7)
Alguns concebem que no seres inorgânicos tudo é “cego”, passivo, fatal; jamais se verifica “evolução”; não há mais que mudanças de estados na natureza intrínseca da substância. Argumentam que os minerais não têm forma própria, ao passo que os “seres vivos” possuem forma específica. Os seres brutos apresentam composição química simples, ao passo que a “substância viva” é complexa. Os minerais não apresentam um ciclo vital (não nascem e nem morrem) - sua duração é ilimitada. Mas, acredito que nas atrações moleculares, ainda que não identifiquemos manifestações de espiritualidade, como princípio de inteligência, estou convencido de que “os fenômenos rudimentares da vida em suas demonstrações de energia potencial estão presentes em face da evolução da matéria em seus infinitos aspectos dimensionais.
Desse modo, a matéria “bruta” não é estanque e evolui. Albert Einstein, a partir da Teoria da Relatividade afirmou que matéria e energia são as duas faces de uma mesma moeda. A matéria é energia condensada e a energia uma forma de apresentação da matéria. Endossando essa tese o Espírito Emmanuel, considerando o processo radioativo identifica a “evolução” da matéria, pois “é nesse contínuo desgaste que se observam os processos de transformação das individualizações químicas, convertidas em energia, movimento, eletricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.”(8) A rigor, as individualizações químicas possuem a sua rota para obtenção das primeiras expressões anímicas. Lembrando que na constituição das vidas no reino vegetal e animal, encontramos os elementos minerais.
Há obviamente algumas controvérsias teóricas a respeito de quando o Princípio Inteligente se individualizaria; se tal ocorreria já a partir do reino mineral, ou somente a partir do reino vegetal. Uns defendem a primeira hipótese, outros sustentam a segunda tese. Junto-me à primeira corrente, respaldado em Kardec que explana: “se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.”(9)
Sobre a questão da individualização, essa situação não se confunde com a criação “individual” do Princípio Inteligente, apenas diz respeito ao seu estado de particularização. O termo empregado na Codificação, significa aquilo que o Ser (princípio) agregou de experiências para que ele pudesse literalmente ser identificado , quanto a outros seres da criação , como um indivíduo. Porém, quanto à “consciência do eu” (que é um estágio avançado, mais elaborado e aperfeiçoado da individualização), somente se dá no estágio do “reino hominal”, pois que anteriormente a inteligência permanecia em estado latente, nos reinos imediatamente anteriores. À propósito sobre isso, Kardec aduz que “a alma dos animais(...)conserva sua individualidade; quanto à consciência do eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente”.(10)
No universo da vida organizada (ser orgânico) sabe-se haver um princípio especial, ainda inapreensível e que ainda não é bem definido pelos estudiosos: o Princípio Vital. Presente no ser vivente, inexiste nos minerais.“É um estado especial, uma das modificações do Fluido Cósmico Universal, pela qual este se torna princípio de vida.”(11) O Princípio Vital é um só para todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies. É força motriz da estrutura orgânica e “ao mesmo tempo em que o agente vital estimula os órgãos, a ação deles [dos órgãos] mantém e desenvolve a atividade do agente vital, quase do mesmo modo como o atrito produz o calor".(12) É importante considerar que, apesar de ser matéria diferenciada, distinta dos níveis, digamos, materiais, tal origem não invalida a matriz celular do fluido vital, principalmente por seu papel diferenciado e intermediário.

O princípio vital forma um terceiro elemento constituinte do universo?

Como dissemos Espírito e matéria são dois elementos constituintes do Universo. O Princípio Vital formaria um terceiro? Não! Pois trata-se de um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas ele mesmo tem sua fonte na matéria primordial modificada. “É um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio que, entretanto, não são elementos primitivos, embora tudo isso proceda de um mesmo princípio.”(13) Será que realmente a vitalidade é um atributo permanente do agente vital ou apenas se desenvolve pelo funcionamento dos órgãos? À rigor, esse agente sem a matéria não é a vida, “é preciso a união das duas coisas para produzir a vida. Infere-se disso que a “vitalidade está em estado latente, quando o agente vital não está unido ao organismo.”(14)
Para haver vida orgânica é preciso existir o protoplasma, componente das células, formado principalmente por proteínas. Na Terra, só pôde surgir a vida orgânica no momento em que, na atmosfera, por meio das descargas elétricas, uniram-se metano, amônia, água e hidrogênio, formando-se os primeiros aminoácidos.(15) Estes se combinaram, formando proteínas, as quais se aglomeraram nos coacervados(16) e destes originaram as células. Todas as células têm cromossomos e ADN, que não existem nos minerais, o fluido universal, combinado com a ação do elemento inteligente, é responsável pela coesão e as qualidades gravitacionais da matéria. Lembando aqui que a inteligência é um atributo essencial do espírito”(17) que por sua vez é o elemento inteligente do universo, individualizado, com moralidade própria. Embora reconheço que “a natureza íntima do elemento inteligente, fonte do pensamento, escape completamente às [atuais] investigações.” (18)

A mônada

Há os que dedicam ao estudo da mônada,(19) Para os quais, vertida do plano espiritual sobre o plano físico, a mônada atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.”(20)
O ponto principal do pensamento de Leibniz é a teoria das mônadas. É um conceito neoplatônico, que foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. As mônadas (unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio. Leibniz chama de enteléquia e mônada a substância tomada como coisa em si, tendo em si sua determinação e finalidade. Para Leibniz, a mônada significa substância simples, ativa, indivisível, de que todos os entes são formados. Segundo o filósofo, todos os seres são constituídos por substâncias simples entre as quais reina uma harmonia preestabelecida.
O Espírito André Luiz explica melhor dizendo que a mônada é “o Princípio Inteligente em suas primeiras manifestações”, isto é, na primeira fase de evolução do ser vivo “germes sagrados dos primeiros homens.”(21) Trabalhadas, “no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma.”(22)



Princípio inteligente e evolução

Em face da escala evolutiva da inteligência, Leon Denis afirma que: “na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.” (24) Por outro lado, a Doutrina Espírita explica que as diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras, mediante progressão. Nesse tópico nem todos pensam a mesma coisa a respeito das relações que existem entre o homem e os animais. Segundo alguns, o Espírito só alcança o período de humanidade após ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da Criação; segundo outros, o Espírito do homem teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela experiência animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar um objetivo ao futuro dos animais, que formariam assim os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo está mais de acordo com a dignidade do homem.(25)
“Assim, o espírito da ostra não se torna sucessivamente o do peixe, do pássaro, do quadrúpede e do quadrúmano.”(26) Cada espécie constitui, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um de cujos indivíduos haure na fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário, de acordo com a perfeição de seus órgãos e com o trabalho que tenha de executar nos fenômenos da Natureza, quantidade que ele, por sua morte, restitui ao reservatório donde a tirou.
O Princípio Inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra “milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.”(27) Emanam do mesmo Princípio Inteligente a alma dos animais e do homem, com a diferença que a do homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal, elaboração esta feita numa série de existências que precedem o período de Humanidade.(28)
“Uma tese que os Espíritos rejeitam de maneira mais absoluta é a da transmigração da alma do homem para os animais e vice-versa.”(29) Entre os Espíritos há divergência quanto às origens da alma do homem e dos animais, acreditando alguns que o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal. Segundo esta linha de pensamento, cada espécie constituiria, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um haurindo da fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário.(30)
Porém, identificamos alguns pontos doutrinários apontando para a tese da elaboração progressiva do Princípio Inteligente à partir do reino mineral, passando pelo reino vegetal, animal, até finalmente individualizar-se como Espírito, quando passa a encarnar somente no reino hominal, continuando sua ascensão na escala do progresso intelectual e moral, através de encarnações sucessivas, com a finalidade de atingir o máximo grau de perfeição relativa (somente Deus detém a perfeição absoluta).
Entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento, há uma que é dotada de um senso moral especial que lhe dá uma incontestável superioridade sobre as outras: é a espécie humana. Aí o fluido vital funciona como um sistema energético que age como um intermediário entre o perispírito e o corpo físico durante a reencarnação, e é o que dá vitalidade à matéria.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior. “Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do Princípio Vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.”(31)

Conclusão
O Princípio Espiritual estagiou por todos os reinos desde a sua criação, tanto que é um dos elementos fundamentais e constitutivos dela; porém, se individualizou após o conhecimento das leis da mesma criação, de como elas atuam, inclusive as de atração, coesão e outras que vigoram nos primários reinos, incluindo o mineral.
Em tese não há que se falar qual dos dois (Princípio Inteligente ou Princípio Material) foi criado primeiro. Filosoficamente falando, para alguns, “se o Princípio Inteligente foi criado perfectível, e, para isso, tem de atuar na Matéria, deduz-se que ele foi criado como uma individualidade para atuar (imediatamente) no primeiro reino da natureza [matéria por excelência], e, a partir dali, ganhar experiências que o tornariam identificável no futuro.”(32)
O progresso é a lei da natureza. A essa lei todos os seres da criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. Segundo Allan Kardec “tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto”.(33)
Constata-se assim a aceitação geral – “tanto por autores encarnados como também pelos Espíritos de escol que nos transmitem seus ensinamentos por via mediúnica - da teoria da dualidade: Elemento Espiritual/Elemento material criados simultaneamente por Deus, sendo que o Elemento Espiritual, desde suas primeiras manifestações, acumula sempre as experiências adquiridas em seu trajeto até o estado de Espírito, sem jamais retrogradar, enquanto que a matéria - criada para a manifestação do Elemento Espiritual que a dirige - pela sua própria natureza está sujeita às transformações, que incluem, nos três reinos, o nascimento, crescimento, decrepitude e morte com a conseqüente destruição (assim entendida como retorno aos elementos constitutivos), para formar novas formas manifestadas pelo Espírito em sua trajetória rumo à Perfeição.”(34)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Fontes:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 27
(2) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 21
(3) Idem questão 265
(4) Idem questão 10
(5) Idem questão 12
(6) Toda a substância ou mistura de substâncias em que se manifesta a vida nas suas características de metabolismo, reprodução e irritabilidade
(7) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 6
(8) Idem questão 9
(9) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Introdução, item XVII
(10) idem questão607
(11) Idem questão 598
(12) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(13) Idem
(14) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 64
(15) aminoácido é uma molécula orgânica formada por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, e nitrogênio unidos entre sí de maneira característica. Alguns aminoácidos também podem conter enxofre.
(16) Coacervado é um aglomerado de moléculas protéicas envolvidas por moléculas de água, em sua forma mais complexa. Essas moléculas foram envolvidas pela água devido ao potencial de ionização presente em alguma de suas partes. Acredita-se, portanto, que a origem dos coarcevados (e consequentemente da vida) tenha se dado no mar.
(17) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 24
(18) Allan Kardec, Revista Espírita, ano: 1866 páginas 78 e 79. Editora EDICEL
(19) ser formado pela união do princípio inteligente e seu corpo mental, imperecíveis, integrantes e inseparáveis um do outro, qualquer que seja o mundo em que viva e o grau evolutivo em que se encontre
(20) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977
(21) Idem
(22) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 20
(23) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(24) DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor, Rio de Janeiro: 21ª ed. Ed. FEB, , 1999 às pág. 122/123
(25) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 613
(26) Idem questão 613
(27) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977.
(28) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questões 606/607
(29) Idem questão 613, Comentários
(30) Idem questão 222
(31) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(32) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Cap. III, item 19, Progressão dos Mundos, Santo Agostinho-Espírito - 1864
(33) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Nota de Kardec à questão 540, e RE, 1860, julho, pg. 226, p. 2º, item 8.
(34) Cf. Joel Matias , artigo “Considerações a Respeito do Princípio Material e Princípio Inteligente” Publicado no Boletim GEAE Número 440 de 02 de julho de 2002

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Criação do espírito


Por Claudio C. Conti

Em vários pontos dos ensinamentos contidos na Doutrina Espírita, os Espíritos Superiores, responsáveis pelo trabalho da codificação realizada pela pessoa de Allan Kardec, se referem a nossa capacidade de compreensão sobre alguns assuntos com frases do tipo: “porque não falais senão do que conheceis” (O Livro dos Espíritos questão 22), “falta-lhe para isso o sentido” (O Livro dos Espíritos questão 10), “ser incompleta a vossa linguagem” (O Livro dos Espíritos questão 28), etc; significando que muitos conhecimentos ainda estão longe da nossa capacidade de compreensão.

Entre muitos exemplos que se poderia citar sobre a nossa incapacidade de compreensão, devido a nossa situação evolutiva, seria a compreensão da natureza de Deus. A simples tentativa de compreender um ser que seja perfeito, em todas as qualidades possíveis e imagináveis, considerando que ainda não temos a compreensão de qualidades outras, diversas das poucas que conhecemos, já seria um exercício mental estafante, além de nossos limites. No entanto, Kardec, no livro A Gênese, capítulo II item 8, diz que: “Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-Lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser. “Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de as orientar, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.”

Este texto não tem a pretensão de esclarecer ou desvendar os ainda mistérios envolvendo a criação dos espíritos, relativa ao nosso estágio inicial no longo processo do caminho à perfeição, mas, apenas expor algumas considerações, tentando, assim, dar alguma forma ao assunto.

Na questão 81 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se os Espíritos são formados espontaneamente ou procedem uns dos outros, e obtém como resposta o seguinte: “Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela Sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério.”

Esta questão foi selecionada por dois motivos. O primeiro é para assegurar ao leitor que temos consciência de que os Espíritos deixam claro que a origem do espírito é um mistério; o segundo motivo é para salientar que, apesar de tudo, podemos ainda formar uma idéia da origem dos espíritos, por mais geral que seja, sabemos que somos criação de Deus. Fica claro que o espírito não surge do nada, não surge espontaneamente, a origem do espírito está atrelada à vontade de alguém ou alguma coisa, isto é, de Deus.

Como o ponto de partida para qualquer estudo relativo ao Espiritismo, recorrendo ao O Livro dos Espíritos, veremos várias citações a respeito da natureza do espírito. Na questão 23 a, Kardec pergunta qual seria a natureza íntima do Espírito, ao que os Espíritos respondem: “Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”

Nesta questão, os Espíritos responsáveis pela codificação deixam claro que os espíritos são formados por alguma “coisa”, possuem uma constituição sem, todavia, esclarecer sobre a natureza desta “coisa”. Contudo, graças à mente perspicaz de Kardec, durante todo o seu trabalho na Doutrina, manteve-se sempre atento a possíveis lacunas nos ensinamentos. Uma doutrina, seja ela sobre que assunto for, quando é passível de dúvidas e colocações em aberto, não poderia ser considerada como sendo completa e, com isso, daria margens a especulações de toda natureza permitindo, a qualquer um, utilizando má fé, usa-la em seu próprio benefício através de interpretações pessoais.

Encontraremos maiores esclarecimentos na questão 27: Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito? “Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

Desta questão é possível tirar algumas informações passíveis de análise. Tentaremos analisa-las da melhor forma que nossa capacidade nos permite.

Primeiramente, como os próprios Espíritos colocam, o fluido cósmico até pode ser considerado como matéria, todavia, é preciso ter em mente que este apresenta características outras que não estão presentes na matéria. É preciso deixar claro que por “matéria” não está apenas sendo considerado a matéria densa que conhecemos mas, também, estados variados do fluido cósmico, com diferentes densidades, apenas excluindo o fluido cósmico na sua forma mais pura, primordial.

Outra afirmação muito interessante e que merece toda a atenção é que “se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse”. O que isto poderia significar? Pode-se chegar a duas conclusões: a) que o espírito é formado por fluido cósmico; b) que o espírito é formado por “algo” similar ao fluido cósmico. Como a existência de duas substâncias, vamos denominar de “substâncias” apenas pela limitação do vocabulário, em nossa visão ainda muito estreita, seria desnecessário e, mesmo que existissem, no nosso ponto de vista, até onde nossa mente pode alcançar, seriam equivalentes e se justaporiam, podemos, assim, considerar apenas uma substância – o fluido cósmico.

Há duas formas de encarar o que foi visto:

1- Se considerarmos o fluido cósmico como matéria, então, o espírito também seria matéria;

2- Se considerarmos o fluido cósmico como não sendo matéria, então, o espírito seria imaterial.

Dois pensamentos muito comuns no meio Espírita é considerar o fluido cósmico como sendo matéria e considerar o espírito como sendo imaterial. Apesar dos Espíritos deixarem bem claro, na questão 82, que “Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”

Diante do que foi exposto, de acordo com as questões 27 e 82, vemos que uma consideração errônea sobre a natureza tanto do fluido cósmico quanto do espírito, gera uma discordância e, com isso, promove uma dificuldade de entendimento destas questões.

No livro Evolução em Dois Mundos, pg. 21, André Luis apresenta uma definição para o fluido cósmico que torna um pouco mais claro a sua natureza diferente de matéria. Diz que “o fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio.”

Nesta definição, o fluido cósmico é apresentado como algo muito próximo da divindade, estando de alguma forma tão próximo que como que faz parte (quando se refere como “força nervosa”). Nesta condição, podemos entender quando o próprio André Luis, no livro Mecanismos da Mediunidade, pg. 43, diz que “Identificando o Fluido Elementar ou Hálito Divino por base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis do Cosmo...” e, na pág. 44, quando diz que “Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura...”.

Novamente no livro Evolução em Dois Mundos, pg. 21, André Luis diz que “o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade” referindo-se ao trabalho dos Espíritos superiores, como ele mesmo se refere, “Inteligências Divinas a Ele agregadas”, enfatizando serem Espíritos em tamanho grau de evolução que se encontram em íntima comunhão com o Pai. Estes Espíritos trabalham na construção e manutenção dos corpos celestes do Universo.

Esta construção, como o próprio André Luis se refere, é realizada através da ação dos corpúsculos sob irradiação da mente, ondas eletromagnéticas, agindo nos fluidos de forma a aumentar sua densidade, transformando na matéria por nós conhecida.

Estas massas de matéria, com o tempo, sob a pressão constante a que estão submetidas para se manterem aglutinadas, sofrem, o que, em nossos termos, para os fenômenos conhecidos com a matéria na Terra, chamamos de corrosão por fadiga. Corrosão ocorrida pelo esforço contínuo que certo material estaria sujeito quando se aplica uma tensão constante, este material, com o tempo, sofreria um enfraquecimento de sua estrutura atômica, quando estaria sujeito a partir sob o mínimo esforço.

Os corpos estrelares, da mesma forma, “sofrem o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes do Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.” (Evolução em Dois Mundos, pg. 23).

Poder-se-ia dizer, com base em tudo o que foi apresentado que, o Espírito criado é capaz, com o poder mental, apenas de criações temporárias, utilizando o fluido em seus diversos graus de densidade, criações estas cujas dimensões e duração dependerá exclusivamente do seu nível evolutivo, mas Deus, sendo “a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” (O Livro dos Espíritos, questão 1), é capaz de criar em toda a pujança, obras que transcendem ao tempo, das características materiais do fluido cósmico, é criado o princípio material e das características outras, é criado o princípio inteligente.

Deus, pela sua vontade, é capaz de criar em toda a pujança, obras que transcendem ao tempo, criar Espíritos imortais, seus filhos, obviamente que, a forma como os cria, ainda permanece um mistério...

Referências:

1 - Kardec Allan; “O Livro dos Espíritos”; 76ª edição, FEB, 1995.

2 - Kardec Allan; “A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”; 36ª edição, FEB, 1995.

3 - André Luis; “Evolução em Dois Mundos” (Psicografia de F. C. Xavier.); 15ª edição, FEB, 1997.

4 - André Luis; “Mecanismos da Mediunidade” (Psicografia de F. C. Xavier.); 15ª edição, FEB, 1997.


Fonte:

Revista Internacional de Espiritismo – fevereiro de 2002





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