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"O vazio absoluto existe em alguma parte no espaço universal?
Não, nada é vazio. O que imaginais como vazio é ocupado por uma matéria que escapa aos vossos sentidos e aos vossos instrumentos."

(Questão 36 do Livro dos Espíritos)

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

A felicidade não é deste mundo

ARTIGO

Por: Francimar Barboza

francimar.barboza@hotmail.com


A Felicidade não é deste mundo. E de onde é então?... Perguntaria alguém sobressaltado. É um ledo engano pensar que a felicidade é uma prerrogativa restrita ao Planeta Terra. E onde estará a felicidade?... Inquieta, perguntaria outra pessoa. Está tão próxima de qualquer um de nós, mas tão próxima, que sequer a percebemos. E ela está mais do que próxima, ela goza da nossa intimidade, pois ESTÁ DENTRO DE NÓS! Construímos a felicidade intimamente, internamente, não no usufruto dos gozos e prazeres das paixões terrenas.

Certa vez perguntei a um mendigo: você é feliz? Ele abruptamente respondeu: “tá tirando onda com a minha cara, é? Como posso ser feliz assim?”. Calmamente pedi desculpas, despedi-me e prossegui meu caminho. No dia seguinte encontro uma senhora aparentando, mais ou menos, trinta anos. Tinha expressão sofrida. Ela estava maltrapilha, dava para notar que ainda não tomara banho naquele dia. Trazia no colo, jungida ao peito uma criança nua, também tão sujinha quanto a mãe. Perguntei de súbito: a senhora é feliz? Ao que ela começou a responder: “Sou não, senhor”... e começou a debulhar um rosário de lamentações e infortúnios. Novamente, com calma e brandura, despedi-me e segui meu caminho. Chegando à rua em que moro, encontrei um “doidinho”, um desocupado maluquinho que é a diversão da vizinhança. Fiz a ele a mesma pergunta: Você é feliz? E ele respondeu quase poeticamente: “Sou sim. Muito. Tenho Deus, tenho o sol, tenho a lua, tenho o calor de Mossoró, tenho a chuva, tem você que é meu amigo e gosta de mim... todo mundo gosta de mim, não é? Todo mundo me dá comida, uns me dão roupa, outros me pagam um traguinho de cachaça, outro vai me deixar no quartinho... tenho o dia, tenho a noite, abro os olhos e fecho os olhos e aí está o mundo belo e encantado de todos os dias”.

Fiquei pasmo, mais que admirado, surpreso, com tal especulação filosófica vindo de um “doidinho”. Como gosto muito de prosar com ele, tornei a perguntar: Mas, você acha que a vida vale a pena? Eis a resposta: “Vale a pena, a carne, os ovos, os ossos, vale tudo!” Mas não foi isso que eu quis dizer, não estou falando de pena de galinha: quis saber se você gosta da vida!... “Ói, eu entendi bem direitinho. Só tava querendo chafurdar com você. Eu acho você um figuraço, você é um cara muito legal e a vida é boa porque conheço gente como você, que é legal. Você é uma ‘autarquia’!...”. Pensei cá com meus botões: esse cara tá de gozação comigo, mas parecia que ele lia meus pensamentos:

“Ói, Fran, tô brincando, Tu é gente boa mesmo. Tu é federal! Mas, óia bem no que vou dizer: a vida é maravilhosa, é mais do que boa e Jesus virá me buscar um dia e me levará lá prum canto que ele prometeu e lá vai ter outro pedaço de chão. Mas só vai prá lá as pessoas feliz que nem eu. As pessoas que não sofrem. Eu não sofro. Eu sou conformado, tenho tudo, tenho a natureza, tenho Deus e os amigos. O que é que eu quero mais? Agora é só esperar por Jesus, prá ele vir me buscar prá ser feliz lá com Ele.” E saiu dando risada, se achando o máximo.

A resposta me surpreendeu. Que sabedoria! Que mentalidade espetacular. E comecei a pensar:

Buscamos a felicidade no ter, no parecer, nas coisas fugidias, nas paixões, nas alegrias vãs, no mundo exterior, quando existe dentro de nós um vasto universo capaz de nos levar à felicidade. E viva o “dodinho”!.. ou será que doido sou eu, por não ser capaz de olhar para dentro do meu ser? Será que na verdade eu é que estou errado, por não enxergar nos revezes da vida, abençoadas oportunidades de crescimento interior? Eis uma questão que vou expor para ele no próximo encontro, quando tiver outra feliz ocasião de encontrá-lo. Tomara que ele me dê outra aula.

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Francimar atua no movimento espírita de Mossoró, Rn, colaborando em
atividades doutrinárias e administrativas.

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

A felicidade não é deste mundo

ARTIGO

Por: Francimar Barboza

francimar.barboza@hotmail.com


A Felicidade não é deste mundo. E de onde é então?... Perguntaria alguém sobressaltado. É um ledo engano pensar que a felicidade é uma prerrogativa restrita ao Planeta Terra. E onde estará a felicidade?... Inquieta, perguntaria outra pessoa. Está tão próxima de qualquer um de nós, mas tão próxima, que sequer a percebemos. E ela está mais do que próxima, ela goza da nossa intimidade, pois ESTÁ DENTRO DE NÓS! Construímos a felicidade intimamente, internamente, não no usufruto dos gozos e prazeres das paixões terrenas.

Certa vez perguntei a um mendigo: você é feliz? Ele abruptamente respondeu: “tá tirando onda com a minha cara, é? Como posso ser feliz assim?”. Calmamente pedi desculpas, despedi-me e prossegui meu caminho. No dia seguinte encontro uma senhora aparentando, mais ou menos, trinta anos. Tinha expressão sofrida. Ela estava maltrapilha, dava para notar que ainda não tomara banho naquele dia. Trazia no colo, jungida ao peito uma criança nua, também tão sujinha quanto a mãe. Perguntei de súbito: a senhora é feliz? Ao que ela começou a responder: “Sou não, senhor”... e começou a debulhar um rosário de lamentações e infortúnios. Novamente, com calma e brandura, despedi-me e segui meu caminho. Chegando à rua em que moro, encontrei um “doidinho”, um desocupado maluquinho que é a diversão da vizinhança. Fiz a ele a mesma pergunta: Você é feliz? E ele respondeu quase poeticamente: “Sou sim. Muito. Tenho Deus, tenho o sol, tenho a lua, tenho o calor de Mossoró, tenho a chuva, tem você que é meu amigo e gosta de mim... todo mundo gosta de mim, não é? Todo mundo me dá comida, uns me dão roupa, outros me pagam um traguinho de cachaça, outro vai me deixar no quartinho... tenho o dia, tenho a noite, abro os olhos e fecho os olhos e aí está o mundo belo e encantado de todos os dias”.

Fiquei pasmo, mais que admirado, surpreso, com tal especulação filosófica vindo de um “doidinho”. Como gosto muito de prosar com ele, tornei a perguntar: Mas, você acha que a vida vale a pena? Eis a resposta: “Vale a pena, a carne, os ovos, os ossos, vale tudo!” Mas não foi isso que eu quis dizer, não estou falando de pena de galinha: quis saber se você gosta da vida!... “Ói, eu entendi bem direitinho. Só tava querendo chafurdar com você. Eu acho você um figuraço, você é um cara muito legal e a vida é boa porque conheço gente como você, que é legal. Você é uma ‘autarquia’!...”. Pensei cá com meus botões: esse cara tá de gozação comigo, mas parecia que ele lia meus pensamentos:

“Ói, Fran, tô brincando, Tu é gente boa mesmo. Tu é federal! Mas, óia bem no que vou dizer: a vida é maravilhosa, é mais do que boa e Jesus virá me buscar um dia e me levará lá prum canto que ele prometeu e lá vai ter outro pedaço de chão. Mas só vai prá lá as pessoas feliz que nem eu. As pessoas que não sofrem. Eu não sofro. Eu sou conformado, tenho tudo, tenho a natureza, tenho Deus e os amigos. O que é que eu quero mais? Agora é só esperar por Jesus, prá ele vir me buscar prá ser feliz lá com Ele.” E saiu dando risada, se achando o máximo.

A resposta me surpreendeu. Que sabedoria! Que mentalidade espetacular. E comecei a pensar:

Buscamos a felicidade no ter, no parecer, nas coisas fugidias, nas paixões, nas alegrias vãs, no mundo exterior, quando existe dentro de nós um vasto universo capaz de nos levar à felicidade. E viva o “dodinho”!.. ou será que doido sou eu, por não ser capaz de olhar para dentro do meu ser? Será que na verdade eu é que estou errado, por não enxergar nos revezes da vida, abençoadas oportunidades de crescimento interior? Eis uma questão que vou expor para ele no próximo encontro, quando tiver outra feliz ocasião de encontrá-lo. Tomara que ele me dê outra aula.

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Francimar atua no movimento espírita de Mossoró, Rn, colaborando em
atividades doutrinárias e administrativas.

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